Ainda sob o controle das réplicas, eu buscava uma forma de compreender tudo e atender o pedido de todos. Esperavam de mim auxílio, porem eu não sabia onde estaria o problema. Os acontecimentos eram de fato estranhos, embaraçosos e inquietantes... Como foi possível realizar inúmeras réplicas humanas? E por que escolheu o Jaime?
Fui levado para uma sala mais a frente e lá estava dezenas de maquinários cirúrgicos manuseados por luzes brilhantes sob mesas contendo material orgânico, não sabia do que se tratava, ainda assim me aproximei e pude sentir um calor emanado pela mesma luz que conduzia a operação. Não tive medo, mas senti uma fisgada ardente e incômoda nas minhas pernas que me fizeram cair.
Fiquei por muito tempo sentido muita dor, logo depois pude sentir uma mão segurando as minhas e uma voz vibrante me chamava desesperadamente, quando acordei me sentido entorpecido, mal pude sentir o meu corpo, e ligeiramente um frio tomou conta de minha espinha dorsal, esta sensação me acalmou e fez com que pudesse-me ver tudo mais uma vez ao meu redor. Do meu lado direito o meu pai, logo na esquerda a minha mãe, e por toda a volta os mesmos seres iluminados vestidos de branco me aguardavam ansiosos...
Na porta principal eu pude enxergar Jaime com uma ficha nas mãos, ele acenou para mim e foi embora.
Andreas tem 37 anos de idade, foi levado para o hospital psiquiátrico da cidade de Rouxinol, há sete anos viveu em coma. Em alguns raros momentos ele conseguia falar algo, em seu sono profundo, delírios e relatos ditos por ele foram transcritos por Jaime, o seu médico psiquiátrico.
Fim
Muitas das vezes o problema não está no que julgamos, mas dentro de nós mesmos.
Autor da estória: Lúcio Soares
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