23 de jul. de 2015

Anomalia


Numa longa estrada rural uma família inicia as suas férias, A viagem é longa e parece não ter mais fim, Apesar do cansaço da viagem todos estão alegres e contentes. Chega à noite na estrada e as crianças já estão dormindo, Há um forte temporal e força o motorista a parar, No primeiro hotel se abrigam até o amanhecer.

Amanhece um novo dia com um clima agradável ótimo para seguir viagem, Augusto e Josélia resolvem acordar a criançada que pulam da cama direto para tomar o café da manhã... Após o banquete voltam para a estrada, Com cerca de 3 horas de viagem chegam ao destino, Uma fazenda de um amigo da família. O lugar é encantador com uma visão incrível e com um riacho natural muito bonito dizem que neste lugar tudo é diferente e misterioso. Alguns moradores afirmam que esta fazenda foi de um Senhor de engenho no qual abrigava muitos trabalhadores num antigo cafezal.

No primeiro dia na fazenda Augusto instalou a rede na grande varanda de frente para o riacho. Josélia na cozinha começava a preparar o almoço para mais tarde. As crianças brincavam debaixo a uma jaqueira, Nela tinha um balanço onde Pedrinho brincava com sua irmã Julia...


Depois de muitos balanços resolveram nadar no lago próximo ao riacho, Em quanto isso o Pai dormia no balançar da rede... Trabalhando mesmo só a senhora Josélia que avistou o balanço se movendo e logo depois um vulto que correu dali... Não se importou e voltou ao trabalho na cozinha.

A noite se aproxima e todos se reúnem ao redor de uma fogueira... Nesse momento Pedrinho fala para seus pais que viu um cachorro no qual se comunicou com ele falando... Seu pai sorrir e diz como pode isso Pedrinho cachorros não falam apenas latem... Josélia diz que foi um mal entendido e mais nada. Já Julia reafirma o que seu irmão disse. Mamãe isso é verdade eu também vi... Mais não parecia um cachorro...! Ele andava como uma pessoa mamãe eu vi de verdade. Esta bem vamos mudar de assunto para não ter pesadelos a noite ok.

Pedrinho sorri e começa a tocar o seu violão novo era o presente de seu avô. Augusto o acompanha na canção junto com toda família... Após a canção todos entram na casa para dormir. Na cama antes de dormir Julia e Pedrinho tomam a bênção de seus pais... Um costume tradicional na família.

Finalmente os pais deixam o quarto e se dirigem para a sala, Eles vão assistir a um filme no DVD... A pipoca já esta no sofá e Augusto ansioso vai pegar o filme, No caminho ele olha para algo do lado de fora... Aproxima-se da janela e verifica. Era um grupo de pessoas que ali passavam parecia uma novena. Finalmente ele pega o DVD. Embaixo da escada ele percebe que há um objeto se abaixa e percebe que é um aparelho celular, A o retornar para sala pergunta para sua esposa a quem pertence o celular... Josélia diz não saber e pega o aparelho de suas mãos tenta ligar mais a bateria esta sem carga... Resolveu colocar para carregar e diz que no dia seguinte vamos ligar para seu amigo para saber dele de quem é o aparelho... Agora vamos assistir ao filme querido!?.

Sentados no sofá os dois assistem ao filme degustando pipocas... O filme era bem engraçado... Os dois sorriram muito... Entre uma cena e outra Augusto pausa o vídeo para ir ao banheiro... Josélia fica na sala sozinha quando houve um choro de criança... Corre para o quarto dos filhos e percebe que não são ele que choram... Com a mão no peito suspira aliviada... Nossa meu Deus que choro triste de onde vem? Parece que a criança esta sozinha... Ao retornar a sala Augusto percebe o choro também... Querida nossos filhos estão bem? Sim estão querido acabei de vir dos quarto deles. Mais de onde vem esse choro? É muito triste e cheio de dor... Vamos ver se encontramos a criança querida? Não sei já é muito tarde querido. Deixa então eu vou sozinho e você fica aqui com as crianças ok.

Augusto sai com uma lanterna e tenta seguir o som do triste choro... Muito atento ele percebeu um barulho na mata vindo do antigo cafezal... Sem muita coragem prefere não ir mais próximo... Com a decisão ele percorre cada vez mais distante da fazenda e não consegue chegar à criança que chora continuamente... De coração partido ele volta para casa e vê a sua esposa dormindo no sofá... Com um beijo a acorda e a leva para cama, Mesmo sonolenta ela pergunta a ele se achou a casa da criança... Não querida infelizmente não vi nada...

Na cama Josélia dorme tranquilamente mais Augusto ainda ouve o choro constante batendo em sua mente como um martelo... Meu Deus não vou conseguir dormir sabendo que alguém precisa de ajuda pelo menos devo encontrar esta criança... Armando com uma espingarda velha ele sai destemido com o objetivo de finalmente encontrar explicação para tudo aquilo. O primeiro lugar que ele vai é justamente o cafezal onde antes havia ouvido um barulho. Com a arma em punho ele se aproxima perguntando se há alguém, repete varia vezes a pergunta mais não vê nada...

Retorna para casa e o choro ainda o incômoda... Com olhar triste ele olha para o aparelho celular que havia encontrado embaixo da escada e resolve liga-lo... Quando ele percebe que há um vídeo no qual tem o titulo de Anomalia. Meu Deus o que pode ser isso?

Curioso Augusto abri o vídeo e assiste uma espécie de festa no antigo cafezal da fazenda... A gravação é muito ruim e a pessoa que filmou tremia muito... Seguindo o vídeo para frente ele ver um grupo de homens vestidos de paletó preto seguindo um senhor que usava um grande chapéu, Eles estão andando para uma parte do cafezal que Augusto não havia visto ainda na fazenda era um lugar muito distante da casa... Nesse momento o vídeo foi interrompido... O que se pode ver foi um vulto de uma pessoa de baixa estatura sofrendo agressões parecia ser o dono do celular que filmava tudo.

Augusto ficou ainda mais curioso e resolveu investigar mais... No dia seguinte ainda sonolento ele procura bem cedo algumas pessoas que ali faziam parte da vizinhança, Consegue informações de que naquela fazenda há muito tempo atrás teria sido fechada devido denuncia de trabalho escravo de menor... Nossa que absurdo e como tudo acabou senhora? O dono morreu e ficou por meses esta fazenda para ser vendida... Com o tempo a propriedade perdeu o valor e foi para leilão é só isso que sei meu vizinho. Obrigado senhora.

Augusto liga para seu amigo e confirma versão da senhora, A sua esposa Josélia muito preocupada com seu marido pede para que ele esqueça tudo aquilo e trate de curtir as férias com as crianças... Augusto concorda mais de repente um pensamento toma conta de sua cabeça...! Ele se lembrou do que os seus filhos haviam dito sobre um cachorro falante e logo procura os seus filhos... Pedrinho onde você viu o cachorro falante? Pai ele estava próximo do cafezal... E você Julia o que era mesmo que você disse minha filha? Pai o bicho tinha rosto de gente mais o corpo parecia de cachorro e falava e às vezes ficava chorando parecendo um bebe papai! Mais por que a pergunta papai? Nada não minha filha só me lembrei disso e mais nada é bobagem não é...

Após a conversa Augusto se preparava para ir a noite ao local do cafezal visto no vídeo encontrado do celular perdido. A noite chega e todos já estão dormindo, augusto visita o quarto dos meninos, volta para o seu quarto e verifica se a sua esposa esta dormindo... Pois a mesma não queria que ele investiga-se mais nada...

Com a certeza de que todos estavam dormindo Augusto vai até o local no cafezal... O caminho é longo e cheio de mato alto, ainda no caminho ele percebe que há restos de comida no chão e até mesmo pratos, talheres e outros objetos... Finalmente ele se depara com uma pequena casa no final do caminho, Ele entra e observa nas paredes sinais de sangue e um forte odor que toma conta do ambiente... Mesmo assim ele permanece na pequena casa, Quando uma criatura surge nos fundos casa a suas costas e lhe persegue sorrindo.... Dizendo que quer ser seu amigo... Venha aqui Augusto não tenha medo eu quero falar com você... Pare de correr papai...! Quando a criatura lhe chama de pai o homem muito cansado cai no canto de uma parede, pois já não tem mais forças para correr... Ofegante ele fala: O que você quer comigo por que me persegue?

A criatura responde com gargalhadas e ao mesmo tempo com choros... O que chama a atenção de Augusto, pois o choro é o mesmo que ouvira outrora junto com sua esposa. Então é você que chorava naquela noite? Sim papai... Pare de me chamar de pai eu não sou seu pai!

Após muita discussão a pequena criatura começa a contar uma história: Sabe pai nem sempre o que vemos parece ser real ou não... Você se lembra de Maria? Que Maria? A empregada do senhor dono da Fazenda... Sim me lembro bem namoramos na juventude mais o seu patrão nunca aceitou o nosso namoro e ela foi mandada embora por ele, Não é verdade! Ele a manteve por aqui pressa nessa casa.

Naquele tempo a fazenda faturava muito e era considerada a maior produtora de café na região foram tempos de fartura e riqueza... Mais o que poucos sabem é sobre o que os donos realizavam aqui nesta casa que estamos. O que ocorreu? pergunta Augusto, Era um ritual no qual se oferecia crianças como oferenda esta é a explicação para os vários casos de crianças desaparecidas nesta região... Mais quanto a Maria ela também participava? Não apenas preparava os elementos do ritual. Mais por seu namoro proibido quem pagou por ela foi o seu filho... Que filho!? pergunta Augusto... O seu filho papai. 

O homem assombrado com a revelação pergunta desesperado por que a criatura possui aquela aparência... A criatura responde: No momento do ritual se costumava usar animais como cachorro, galinhas, cabritos e outros, Já as crianças eram especiais. No momento que eu fui posto na mesa minha mãe me pegou e saiu correndo sendo perseguida pelos seguranças ela tropeçou e percebeu que eu já estava degolado e sem as pernas... Com a queda os seguranças me levou de volta e com ordem do dono da fazenda eles costuraram as pernas de cachorros e cabritos em mim... Por ordem do fazendeiro... Mais uma senhora muito velha invadiu a casa e deu vários tiros nos seguranças matando todos eles... O Fazendeiro teve a sua alma tomada pela senhora que a colocou em mim e hoje eu vivo assim pai. Com lágrimas nos olhos Augusto abraça a criatura e diz esta muito triste com tudo que ouviu... Eu sei que você já tem filhos não vou te pedir para me levar mais quero te dizer que sempre sonhei em um dia poder te ver, Augusto resolve fazer algo muito estranho ele diz que não o deixara e fala que ficara com seu filho do jeito que ele é... Com um tiro certeiro no peito Augusto tira a sua própria vida assim ele pode ficar junto a seu filho desconhecido no mundo dos mortos.

Fim

Autor da história: Lúcio Soares

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