28 de abr. de 2017

Lendas de Rouxinol - parte 2

Thomas se vê sem direção. Por onde devo começar a procurar mais informações sobre esta história misteriosa? Há já sei vou até aquela capela, o padre deve saber algo mais. Olá bom dia Senhor Padre. Bom dia Senhor em que posso lhe ajudar? Eu sou novo por aqui, e ouvi falar de um caso muito triste que aconteceu numa família daqui. Qual o seu nome meu filho? Pergunta Beneditino. Há sim me desculpe padre meu nome é Thomas. Muito bem que estória o senhor deseja saber Thomas? Padre é sobre a lenda da mulher que vaga nas ruas de Rouxinol em busca de seu noivo. Há sim a lenda de Gabriela.

Thomas abre os olhos, pareciam que iriam sair de sua face assustada. Mais como é possível isso, tem certeza de que o nome da mulher é Gabriela? Sim ela é a filha de Agustine. Ufa! Fico aliviado pensei que fosse a mesma mulher que vendi um perfume na casa de seu pai Gerson! Disse Thomas. Não está família é muito antiga na cidade, hoje só resta essa lenda a respeito da família. Já fazem mais de 37 anos que tudo aconteceu. Dizem que o pai da moça não aceitava o namoro dela e suspeita-se de que o casal estejam mortos, por outro lado não foram encontrados os corpos de ambos. Eu sinto arrepios só de falar deste assunto. Mais por que você quer saber disso meu amigo? 

Eu conheci uma bela mulher. Aquela que vendi o perfume, eu a vi pela primeira vez passando em frente ao hotel da cidade. Ela acenou gentilmente para mim e desde então não a esqueço. E depois que soube dessa história fiquei meio temeroso. Não seria esta a mesma mulher da lenda? Pergunta Thomas. O Senhor está gostando dela é isso? Pergunta o Padre. Sim Padre. Eu quero reencontra-la mais não a vejo em lugar nenhum. E por isso eu vim aqui em busca de mais informações. O Padre desconversa e diz: Boa sorte meu amigo e se despede de Thomas. 

De volta para o hotel ele percebe que outro porteiro está trabalhando. Marcondes se apresenta e pergunta: Deseja alguma coisa senhor? Não obrigado. Onde está Alexandre? Quem é esta pessoa senhor? Hora homem não brinque comigo ele é o seu colega de trabalho! Não tem nenhuma pessoa aqui com esse nome senhor. Posso lhe garantir. Mais quem me atendeu na minha chegada aqui no hotel, se não o Alexandre? Ele até me disse de uma lenda daqui da cidade! Senhor eu tenho certeza de que não há nenhum funcionário com este nome, pois eu sou dono do hotel e trabalho aqui todos os dias senhor. 

Um sentimento estranho tomou conta do coração de Thomas, como acreditar nisso tudo, como desvendar esse mistério? Parado de frente a portaria ele decide sair pelas ruas de Rouxinol, agora sem sabe o que fazer, ele está confuso e assustado com tudo. Thomas caminha nas ruas noturnas da cidade sem rumo. Quando avista próximo à casa de Gabriela o seu pai sentado num velho banco próximo a uma amendoeira de frente a casa. Thomas se aproxima ainda muito desconfiado, pois o seu último encontro com Gerson não foi muito agradável. Ao perceber a presença de Thomas, Gerson o convida para sentar no banco junto com ele e começa a falar de cabeça baixa:

Meu filho eu tenho um segredo que carrego comigo muito doloroso. Apenas o Padre Beneditino conhece. Mais eu entendo de que o mereço carregar essa cruz, pois a culpa foi minha. Toda essa lenda sobre a mulher que anda nas ruas em busca de alguém que se pareça com seu antigo noivo é verdadeiro. Há muito tempo eu vivo aqui nessa pequena casa. Antes de tudo acontecer éramos felizes, vivíamos em paz. Porem por ciúmes de minha filha, minha linda criança. Eu cometi um erro terrível, eu impedi o noivado dela com o Alexandre. Que Alexandre? do Hotel? Pergunta Thomas. Sim meu amigo ele mesmo, eu vejo hoje de que este rapaz foi um boa pessoa. E por amor os dois cometeram suicídio e tudo por culpa minha meu Deus. Eu gostaria de voltar o tempo mais isso não é possível entende meu amigo. Hoje eu não vivo em paz, carrego está culpa dentro de mim. Thomas ouve com atenção e medo, e abraça o velhinho. Gerson emocionado segura nas mãos do vendedor e o convida para entrar na casa.

Venha ver uma coisa meu amigo, Gerson leva Thomas até os fundos da casa abre a porta e apresenta a Thomas um pequeno rio tranquilo que passa no seu quintal. Mais à frente ele leva Thomas para uma espécie de casa de pedra e mostra dois corpos mumificados de um casal. Era os corpos de Alexandre e Gabriela de mão dadas. Thomas se afasta assustado e corre para a porta de volta. O Padre sabe disso Gerson? Questiona Thomas. Quando o velhinho diz: Não tenha medo meu filho eles não faram mal algum a você. Espere um pouco. Thomas se nega a retornar e fica parado encostado na porta. Quando ele sente um ar frio se aproximando dele e surge Gabriela em suas costas sorridente vestida com um belo vestido branco. Ela o convida para ir até o rio. Sentados na beira do rio ela conversa com Thomas e revela que também gostou dele, mais não pode viver esse amor. Thomas chora de cabeça baixa. Quando surge o espectro enfurecido de Alexandre. Gabriela com as mãos emaranhadas de luz o expulsa com autoridade. Thomas reage dizendo: Mais ele não é o seu amor? Gabriela diz: Ele foi o meu amor enquanto estava vivo Thomas. No dia que papai me impediu de ficar com ele nós dois ficamos tristes. Quando ele teve a ideia maluca do suicídio. Eu não aceitei tomar aquele veneno. Mais ele me forçou a beber o veneno e morremos juntos. Por isso eu não mais o amo. Vivi todo esse tempo vagando sem destino entre as ruas e a casa de meu pai.


Thomas se levanta da beira do rio se despede emocionado de Gabriela, vai até o velhinho, o abraça e vai embora, com a certeza de que não vivera o seu inusitado amor.


Gabriela vagueia nas ruas de Rouxinol até os dias de hoje.

Fim

Autor da estória: Lúcio Soares

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