29 de jul. de 2016

Palhundum – O boneco do mal!

Boa noite meus amigos! Hoje vamos abrir as portas para um convidado. Ele não quis se identificar, vamos chama-lo de convidado anonimo. Leiam a sua estória!

Verão de 1821 o Brasil passava por mudanças, o final das Capitanias hereditárias gerava conflitos entre a população senhores de terras e mercadores de escravos enxergavam as oportunidades de um enriquecimento em cima da crueldade e exploração, centros comerciais cada vez mais surgem em meio a um crescimento ilegal de tráficos de pessoas e exploração e muita, mais muita crueldade.

Na vila de São Pablo Domingues as margens do rio Medo, construída em cima dos ossos de velhos guerreiros indígenas que lutaram até a morte para proteger suas famílias, a vila crescia e se tornava um grande centro comercial. Andando pelas ruas um velho índio Pajé que vendia ou trocava por comida seus bonecos feitos de palha e tecidos velhos, chamava atenção dos habitantes da vila. Muitos o admiravam, outros o repudiavam... O velho Pajé carregava historias de um tempo passado, contos que davam medo até mesmo nos mais instruídos e ao contar aproveitava a situação para vender o seus bonecos ou troca-los por um pedaço de pão.        Mas como em toda sociedade a escoria aparece, homens repugnantes e nojentos, enxergaram nas historias do velho Pajé riquezas escondidas e decidiram arrancar à força a localização das terras de gloria e brilho que o velho Pajé contava em suas historias.

Um certo dia emboscaram o velho Pajé e o espancaram sem dó e sem piedade, no meio de seus bonecos observaram que havia um boneco nunca antes apresentado para venda ou troca, era um boneco com braços e pernas amarrados junto ao corpo com fitas pretas, a boca era costurada e olhos estavam cobertos, ou seja, vendados, era muito estranho e um daqueles homens retirou a venda dos olhos daquele boneco, o velho índio que moribundo e espancado se encontrava no chão começa agora rastejar em direção ao boneco e pela primeira vez fala com seus agressores com a voz tremula e sem forças.

   - Palhundum!  Palhundum!

   E antes que terminasse de falar recebeu de um de seus agressores uma paulada na cabeça. Dado como morto foi deixado lá pelos seus três agressores.
  Ao acordar o velho Pajé ainda muito fraco percebe que falhou em sua missão, Palhundum havia se libertado. Recorrendo as suas ultimas forças, faz um esforço final e grita ao vento.

 ABAETÉ!

Após isso o velho Pajé morreu. Em casa um dos seus agressores um comerciante de bebidas chamado Carlos Pedra ganha um abraço de seu filho de sete anos, acostumado a ganhar presentes nota um boneco na bolsa de seu pai que inutilmente tentar tirar o boneco das mãos de seu filho. O garoto Ricardo passa a brincar com o boneco e desamarra as fitas pretas do boneco ao decorrer de horas Ricardo parece está diferente e calado, sua mãe Zinú uma escrava branca  percebe a mudança de comportamento de Ricardo e ao chegar perto do seu filho, se arrepia e um tremor toma conta de seu corpo. Sem entender volta para dentro de casa e pega um facão afiado usado para cortar cana-de-açúcar,  vai até o comercio de bebidas e lá esta o seu marido que ao vê-la pergunta muito nervoso se ela não tinha mais nada para fazer. Numa luta descomunal  ela degola o seu marido e mais duas pessoas que bebiam com Carlos Pedra sendo os dois degolados, depois de está agonizando no chão, por fim ela pega suas cabeças e arranca seus olhos e com as mãos os esmagam, ainda dentro do comercio Zinú derrama a bebida por toda parte e ateia fogo no comercio e nos copos e antes de morrer queimada ela fura seus próprios olhos sussurrando o nome.

Palhundum!, Palhundum!, Palhundum!

Ao ver o incêndio os habitantes correm para o local na intenção de salvar vidas, ao se deparar com o pandemônio causado na vila, Ricardo corre com o boneco nas mãos e ao descobrir que seus pais estavam dentro do comercio, se desespera e corre para o rio Medo para pegar água e apagar o incêndio. Pobre Ricardo ... Uns amigos da família vão em busca de Ricardo, mas ao chegar ver somente Ricardo se atirando dentro do rio Medo segurando o boneco nas mãos, a força do rio Medo levou Ricardo rio abaixo. Com tanta gritaria e tragédias acontecendo, a vila de São Pablo Domingues fica assombrada e sem explicações.

Dois dias depois um jovem forasteiro chega a vila de São Pablo Domingues e assusta a todos pois uma a coisa era impossível de não se notar, os seus olhos, os olhos daquele jovem forasteiro eram brancos como cinzas. Em algum lugar do rio abaixo duas jovens brincam e cantam enquanto lavam suas roupas a margem do rio, quando uma delas nota uma espécie de boneco boiando e o retira das águas. Com cara de espanto e sentindo um grande arrepio no corpo uma delas diz para outra: larga isso Gina! ...

Continua....

Autor da Estória: Convidado anonimo...

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