25 de jan. de 2019

O Andarilho


Hoje o nosso personagem não tem nome, ele será o que sua imaginação desejar. Conheçam o andarilho solitário.

Era meia noite numa sexta feira de lua cheia. O silêncio era impetuoso, os ventos uivavam durante toda a noite sob os velhos telhados da cidade de Rouxinol. Nas ruas vazias apenas passeavam alguns cachorros a ladrar, pequenas gotas de chuva começaram a cair, trovões já eram ouvidos e os ventos ainda mais avassaladores, acariciavam a chuva violentamente.

Descendo a rua do cemitério um homem solitário anda lentamente a carregar um grande saco pendurado nas costas. Apesar da forte chuva ele continua em frente. A lua por trás das nuvens negras deixa as ruas no mais repleto sombrio. O homem estranhamente para de andar de próximo à igreja da cidade. Ele fica parado por algum tempo e logo se deita de frente a porta da igreja, embaixo da cobertura ele se acomoda e por lá fica até a forte chuva cessar. Horas se passam e a tempestade continua e as águas tomam toda a cidade. Alagamentos, arvores caídas e os moradores aflitos acordam na madrugada. O homem se levanta em meio a inundação e sem ter por onde ir ele fica em meio a tempestade, quando a porta da igreja se abre e o padre portando uma vassoura tenta livrar a igreja do alagamento. O homem oferece ajuda. O padre assustado não dar atenção e continua a varrer as águas. Sem o retorno do padre o homem se afasta e segue andando nas ruas alagadas.

Na próxima esquina vizinhos se ajudam para evitar que as águas invadam suas casas, o homem andarilho é pego pelas águas desce a rua na enxurrada. As pessoas correm para ajudar, não conseguem pegar o homem e tão logo retornam para suas atividades. O homem segue abaixo e só para de frente ao cemitério da cidade. Desmaiado ele fica por algum tempo e logo depois é acordado por um cachorro. De posse do saco que carrega ele chama o cachorro e o coloca dentro do saco e misteriosamente o animal desaparece. Com o saco nas mãos ele segue andando e logo a frente encontra um grupo de pessoas que procurava por alguém, o homem se aproxima e as pessoas se afastam. Apenas uma das pessoas ficam e aguarda a proximidade do andarilho. Olá senhor eu preciso de ajuda, o meu filho desapareceu logo quando as chuvas começaram a cair. Você o viu por aí? O homem balança a cabeça dizendo que sim. A mulher agitada pergunta: por onde meu senhor, me diga pelo amor de Deus!

O homem abre o saco e diz para a mulher entrar, sem entender ela não aceita. E diz: Por favor por onde o senhor viu o meu filho? O homem pega a mulher pelo braço e a coloca dentro do saco. E a mulher também desaparece. Quando de repente o resto das pessoas que estavam por perto se aproximam e pede que traga a mulher de volta. O homem ignora a todos e segue andando olhando para os céus enquanto as pessoas o seguem pedindo explicação. O homem começa a se elevar como se estivesse subindo uma escada e cada vez mais segue nas alturas. Um clarão de luz surge debaixo dos seus pés quando ele segue subindo para o céu. As pessoas ficam assustadas e ao mesmo tempo fascinadas com o que estão vendo, um sentimento estranho percorre os corações de todos que de alguma maneira entendem de que tudo que acontece naquele momento é especial e inexplicável. Todos agora choram sem entender por que desse sentimento, apenas estão sentindo.

Quando o homem do alto dos céus acena e diz: Nem todos estão prontos, nem sempre é o dia certo, ninguém nesse mundo é o que parece ser. Mas todos serão pegos de surpresa em meio a sua mais profunda ignorância e saber.

Autor da estória: Lúcio Soares.

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