31 de ago. de 2018

O Feiticeiro

Nada podia ser mais conveniente e cômodo, um final de semana sozinho com a casa toda para si. Entre uma ideia e outra se houve a decisão, Sebastian ficara todo final de semana em casa.

Ano de 1903 a família de Sebastian decide ir para casa de Marizete, a mulher mais velha da família, a matriarca. Sebastian nunca fora sociável, nem mesmo com seus pais. Ainda quando criança se achava ter algum tipo de problema. Hoje aos 16 anos de idade ainda possui um perfil silencioso e ao mesmo tempo misterioso. Sabe aquele tipo de pessoa calada que mal é percebida pelos demais? este é Sebastian.

Após a saída de todos rumo a casa da vovó um lembrete foi dado: Sebastian não abra a porta para ninguém, fique em casa. Ha e não esqueça de dar a comida do gato. Com um olhar calmo Sebastian balança a cabeça positivamente. 

Horas depois em meio a solidão Sebastian resolve preparar um lanche, e se coloca de frente a janela. Num horizonte distante ele avista um gato e logo verifica se Galileu está em casa. Galileu venha aqui! Galileu onde está você? Sebastian não encontra o gato e logo desconfia de que o gato do lado de fora seja o seu.

Como vou pegar Galileu, ele está muito distante e ainda eu não tenho certeza de ser ele mesmo.

Sebastian resolve esperar na janela, mais o gato não aparece e tão logo ele tem a ideia de colocar um pouco da comida na varanda esperando que o gato retorne para comer. A noite chega e nada do animal aparecer, já cansado de esperar Sebastian vai se deitar. Com um livro na mão ele ler até chegar a adormecer. A noite é longa e a madrugada silenciosa é quebrada com o bater na porta. Com sono leve Sebastian acorda com as batidas na porta desce as escadas mais lembra do principal conselho de seu pai. E não abre a porta. Porem ele desconfia de que seja Galileu na porta, ansioso ele vai até a porta e abre rapidamente quando para sua surpresa ao abrir não há nada, apenas a comida do gato. Com a porta aberta ele fica parado imaginando como aquela comida pode ainda está ali sem ser tocada, afinal quem mais poderia bater na porta a essa hora?

Sebastian retorna para o seu quarto e quando menos espera ele avista Galileu na porta da cozinha lambendo a pata. Sebastian pega o gato e reclama! Como pode sumir por tanto tempo gato folgado?

Sebastian pega o leite e coloca para Galileu beber. Sentado na cadeira ele observa o gato e percebe um corte nas costas do animal que ainda sangrava. Preocupado ele vai até as coisas de sua mãe e pega a bolsa de primeiros socorros. Com cuidado ele coloca uma compressa no ferimento do bicho e o prende para garantir de que não saia mais até se curar completamente. Ao dar as costas para o gato ele ouve um miado muito estranho parecia que o bicho queria falar algo. Sebastian se aproxima e o animal se tranquiliza. Agora eu preciso ir Galileu fique aqui, amanhã nos vemos.

Ao sair o gato persistiu nos miados agora ainda mais altos e estranhos parecia pedir algo. Era aterrorizante escutar. Sebastian já deitado na cama tenta abafar os ouvidos com travesseiros mais nada impede de ouvir aqueles miados atormentadores... Convencido a parar com tudo ele vai até o gato na tentativa de parar o animal. Ao chegar diante do bicho ele nota que o curativo não estava mais lá. Onde você colocou o curativo gato teimoso? Quando de repente uma voz ecoa e diz: Eu não toquei em nada. Sebastian se assusta e pergunta: Quem está aqui! Fale logo! quem está aqui em casa? sem resposta ele se arma com uma faca e se tranca na cozinha junto com Galileu. Agora vamos ficar aqui Galileu só eu e você até o amanhecer. Quando Sebastian acaba de falar, O gato mia e pronuncia a palavra me solte! me solte! deixe me ir agora! Sebastian toma uma queda e muito assustado corre da cozinha e se tranca no seu quarto armado com a faca. Meu Deus, eu ouvi o que acho que ouvi? este gato falou comigo?

Sebastian fica por toda a madrugada acordado ouvindo os miados atormentadores vindos da cozinha. Pela manhã ele vai lentamente até a cozinha para ver o gato, abre a porta e ver o bicho tranquilo dormindo, nem parecia aquele bicho que miava a noite toda. Sebastian fica pensativo no que vai fazer com o animal, quando de repente ouvi batidas na porta. Quem pode ser agora! Andando até a porta ele segue com o lembrete do seu pai... Eu não posso abrir a porta para ninguém, foi isso que o papai me disse antes de viajar... Meu Deus, o que devo fazer agora? as batidas ficavam ainda mais intensas e apressadas... Quem é e o que quer aqui? Sebastian pergunta e não obtêm respostas. Apenas aumentam as batidas na porta....

Após muita persistência Sebastian abre a porta levemente e para sua surpresa lá estava o vizinho da rua abaixo com cara de poucos amigos ele gesticula para Sebastian dizendo: O seu gato invadiu a minha casa e roubou minha comida eu acertei ele e ainda coloquei algo nele para ele aprender a não mexer nas coisas dos outros! Sebastian fecha a porta e se despede do seu vizinho... Que absurdo! o que ele colocou no Galileu? velho perverso! Sebastian examina o bicho e percebe de que algo está dentro do animal e parecia estar costurado dentro do corpo do bicho. Sebastian tenta mexer no ferimento mais o gato não deixa, parece doer ao tocar... Chateado ele vai até a janela e pergunta para o seu vizinho: O que você fez com o meu gato seu velho maldito! diga para mim! Ao ser insultado o velho vizinho sorri e balança a cabeça ao ver Sebastian...

Velho miserável! Eu não vou deixar barato isso. Sebastian está cego de ódio ao ver e ouvir o gato daquele jeito estranho.

Decidido ele resolve abrir o gato para ver o que há dentro do bicho... Sebastian pega o gato amarra e prende a boca do animal. Sinto muito Galileu, mas eu preciso ver o que é isso aí dentro de você... Quando Sebastian usando uma faca abri o ferimento e consegue ver uma linha grossa que costura um objeto dentro do bicho, parece um saquinho de tecido! Com cuidado ele recolhe o objeto de dentro do gato sem qualquer experiencia ele mesmo costura o gato e coloca curativo.

Curioso ele pega o saquinho de tecido e começa a abrir... Meu Deus o que é isso! parece um tubo ou uma tripa algo assim! e isso aqui parece carne podre... que horrível vou lavar minhas mãos... Sebastian agora mais tranquilo joga no lixo o saquinho e as outras coisas encontradas.

Mais tarde lendo o seu livro ele visita constantemente o gato e pode perceber de que o bicho está vivo mais de comportamento estranho. O animal não se mexe e ainda tem um olhar estranho, distante... Vai ficar tudo bem agora Galileu! Sebastian olha para suas mãos e vê que estão avermelhadas e coçando muito... Maldição oque será isso agora? Algum tipo de alergia! O tempo passa e a situação fica ainda pior... Meus olhos estão cheios de lágrimas! Sebastian está nervoso e corre por toda a casa em busca de algo que alivie a coceira intensa nas mãos.

Manhã de domingo a família chega e ao bater na porta não é atendida por Sebastian... Antony preocupado resolve abrir a porta e ao entrar em casa sente um forte cheiro de carne podre... Meu Deus que fedor horrível é esse! Sebastian venha aqui meu filho! Sem sucesso o pai não tem respostas do seu filho e vai até o quarto a sua procura. quando ele abriu a porta encontra Sebastian completamente inchado o corpo todo... a sua língua está enorme fora da boca e babando muito ele mal consegue se movimentar... Antony muito agitado pergunta: O que é isso meu filho? comeu algo que te fez mal? Alguém te fez algo? Sebastian não tinha forças para falar nada... Os dias foram se passando e Sebastian agora no hospital se definhava gradativamente... A família insólita assistia a morte lentamente de Sebastian que a cada dia um membro caia... Enquanto isso na sala de espera o vizinho se preparava para visitar Sebastian... Venha aqui senhor ele está por aqui, entre.

Com flores na mão Justino se aproxima de Antony e com um aperto de mão ele pergunta sobre Sebastian... Como ele está meu vizinho? Antony o leva até Sebastian e o mostra... Justino se assusta com o que vê e pede para sair do quarto. Quando Sebastian sussurra dizendo me ajude! Me ajude!  Antony olha para Justino e pergunta: Como ajudar o que houve entre vocês? Justino fica acuado e diz: Eu não queria prejudicar ele, mas o gato! Ele mexeu no feitiço que coloquei no bicho e agora está sofrendo algo que não era para ele. Antony golpeia Justino que cai no chão... Antony pisoteia Justino e para finalizar ele pega um dos braços amputados de Sebastian e coloca para Justino comer... Agora o feitiço voltara para você miserável... Após alguns dias Justino ao passar na rua em frente à casa de Sebastian acompanha de longe o seu velório... Antony sem forças enterra seu filho... Justino por sua vez tenta algo jamais feito por ele... Eu preciso consertar isso! 

Madrugada sétimo dia do enterro de Sebastian, Justino vai até o cemitério da pequena cidade de Rouxinol e com ajuda do coveiro ele retira os restos mortais de Sebastian e os leva com ele até sua casa.

Na sua casa ele dá início a um ritual muito enigmático e misterioso coloca o corpo destroçado do morto no chão e começa o ritual...Trovões são ouvidos pareciam quebrar tudo ao redor... Minutos depois um silêncio intumescedor toma conta da pequena cidade... Minutos depois o gato de Sebastian surge e com um olhar penetrante olha para Justino e diz: Eu voltei?

Fim

Autor da estória: Lúcio Soares

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